O projeto consiste na revitalização da região da Praça da Sé, centro (Marco Zero) de São Paulo. A recuperação do local foca em duas premissas: o uso constante do espaço e de seu entorno (durante o dia e a noite), e no aumento da permeabilidade física e visual da área, severamente afetada por bruscos desnivelamentos e obstáculos.
Visando maior efetividade da solução, a proposta também consiste, a partir de um estudo urbano, em identificar fachadas que possam abrigar serviços e comércios voltados à rua, possíveis lotes que possam se tornar centros de referência (centro cultural, museu, etc.) e edificações em estado de abandono que possam vir a ter incentivos a moradias populares, hotéis, etc.
Sem afetar estruturalmente o pré-existente, a proposta inclui a implantação de uma espécie de vestimenta que se acomoda de acordo com os níveis, aberturas e ajardinamentos tanto da praça quanto do metrô. Essa malha suaviza a topografia configurando unidade ao espaço. A estrutura por baixo utiliza materiais pré-fabricados que funcionam como mesas onde seriam montadas as formas de modelagem do piso. Esse sistema procura suavizar o peso de grande parte da estrutura da estação do metrô, além de prezar por maior agilidade no canteiro de obra e logística do uso do espaço no dia a dia.
As transformações geradas contribuem não apenas para o espaço físico em si, mas para uma nova relação do habitante com o centro de São Paulo. Um centro vivo, funcionando em um local como o Marco Zero, tende a ser um ponto de referência para os demais espaços urbanos centrais. A densidade e sua relação com a infraestrutura urbana pública e a pluralidade dos usos nas edificações tornam a região mais reconhecida e palpável pelo cidadão. Assim, a proposta pensa os usos e o futuro da cidade baseado em estudos de teóricos que rompem com o pensamento tecnocrata do urbanismo e buscam uma maior humanização do espaço público.