As relações entre arquitetura, paisagem e comunidade pautaram a criação do novo centro administrativo do estado do maranhão. O concurso, que trazia um programa muito específico, previa a construção de um anexo e a readequação do edifício preexistente, e buscamos otimizar o espaço a partir da concepção de um novo modelo de ocupação do solo, hoje tomado pelos automóveis.
Localizado sobre uma área de mangue e completamente descaracterizado no passado, exploramos uma nova topografia para o terreno, potencializando as ligações com o entorno para torná-lo um plano flexível, espaço de articulação entre a cidade e a natureza urbana.
Assim, o térreo superior transfere os passeios públicos para dentro do lote, em continuidade com a rua. Essa escolha busca diluir as fronteiras entre público e privado, permitindo ao pedestre transitar fluidamente pelo local. Acima, o térreo superior determina os acessos aos diferentes prédios, distribuindo os fluxos. Já o estacionamento foi projetado no limite do lote, semienterrado, tirando partido da diferença de cotas entre o terreno e as vias.
A nova edificação proposta é um prisma monolítico horizontal, acomodado sobre o embasamento de concreto. Com vista para as praças internas e para a mata adjacente, o seu enorme vão livre é o espaço ideal para eventos, propiciando o encontro dos usuários. A exigência imposta pelo programa de manter os edifícios originais ajudou a definir o partido arquitetônico, articulando as construções preexistentes com o novo volume.
Flexível para atender as necessidades mutantes de um centro administrativo, a ideia era trazer soluções que não só garantissem a funcionalidade do projeto, mas também transformassem o espaço como um todo, para que ele pudesse se tornar, de fato, um equipamento público destinado à população.