Localizado perto das torres de escritórios da Faria Lima, este edifício de 16 andares possui uma grande variedade de tipologias, com 88 unidades entre 25 e 100 metros quadrados. Exercício inédito para o Studio Arthur Casas, a metragem reduzida dos módulos deveria incorporar valores aplicados aos projetos do escritório, como fluidez entre os espaços e integração com o exterior.
O cliente desejava um edifício que rompesse com os paradigmas do mercado imobiliário da cidade, habituado a soluções simplistas de mera aplicação de leis restritivas, quando mais em unidades pequenas. A planta inovadora foi concebida a partir de um módulo de 1.25m x 1.25m, com a racionalização de circulações verticais e shafts. Três tipologias foram criadas, depois espelhadas e distribuídas de acordo com as possibilidades da planta no terreno profundo e estreito. O resultado é similar a um jogo de análise combinatória dos seis módulos em cinco andares distintos, criando grande dinamismo na fachada.
A monotonia de pequenos espaços cedeu ao trabalho de adaptação da legislação, com generosas aberturas e soluções criativas de layout, privilegiando a sensação de fluidez e o contato com o exterior. Marcenarias integradas e espaços desenvolvidos na diagonal ampliam os limites dos apartamentos. Tão importante quanto as unidades, áreas de apoio estendem o uso dos habitantes aos espaços comuns, com design trabalhado desde o bicicletário até as salas de coworking.
A fachada em placas de ACM branco, de modulações variadas, ressalta a aparente aleatoriedade das aberturas. É impossível distinguir o tamanho das unidades, transformando o edifício em um dinâmico conjunto de módulos indiscerníveis. A base em chumbo contrasta com o volume claro do edifício, cercado pelo paisagismo de Alex Hanazaki. O resultado é uma arquitetura que questiona a monotonia do contexto no qual está inserida, integrando valores de diversidade urbana a partir dos poucos metros quadrados de cada unidade.
Este apartamento, localizado no VN Ferreira Lobo, foi pensado para atender ao perfil de um casal ou um jovem solteiro. Por ser um imóvel para aluguel, precisava satisfazer diferentes possibilidades de uso, além de ter o máximo possível de espaço de armazenamento.
O desafio da planta compacta e estreita de 32m² foi solucionado por meio da eliminação da varanda, incorporando-a ao apartamento, com o propósito de ganhar espaço e conseguir criar ambientes integrados de forma linear. Uma linha de marcenaria contínua foi pensada para otimizar ainda mais os espaços, comportando diversos usos – a superfície da cômoda estende-se e transforma-se em armário, bancada de trabalho e bancada da cozinha. Assim, foi possível liberar área de circulação e trazer mais amplitude ao apartamento, além de fornecer muito espaço de armazenamento, como desejado pelo cliente investidor.
Uma estante vazada de metal e madeira separa o quarto do living, que pode ser usado também como escritório ou sala de jantar. Além de garantir a privacidade necessária para o dormitório, a estante serve tanto ao living, como apoio do sofá, quanto ao quarto, com gavetas em sua parte inferior. Integrada totalmente aos outros ambientes, a cozinha foi revestida com piso de madeira clara.
A iluminação do imóvel é indireta e com apenas alguns pontos no forro. Os serviços foram concentrados em um discreto armário no espaço de acesso do apartamento, abrigando máquina de lavar e produtos de limpeza em um local sem permanência. Apesar de ser um apartamento pequeno e para aluguel, foram utilizados materiais e soluções que valorizassem o ambiente, trazendo o conforto de um lar e fugindo do aspecto impessoal de um quarto de hotel.