Emoldurada pelo Pão de Açúcar, a Baía de Guanabara e o Corcovado, esta cobertura estava em péssimo estado no momento da compra, porém, o cliente percebeu o enorme potencial do imóvel, sua vista privilegiada e seu generoso espaço interno. Nossa tarefa, então, era trazer a natureza para dentro da casa, por todos os lados, e criar um caminho entre diferentes cenários e paisagens.
O ponto de partida foi organizar o programa em três andares, em um esforço para integrar e dar amplitude aos ambientes. Um novo pavimento foi erguido mais acima, debruçado sobre o Rio de Janeiro, transferindo o acesso para o andar intermediário. É a escada que liga os três pisos, sob um grande átrio que traz ainda mais luz para o centro do apartamento e contribui com a sensação de comunhão entre casa e natureza. As colunas estruturais, com suas formas imprevisíveis, são o resultado de uma certa arqueologia da arquitetura – descobertas durante o processo de demolição, elas chamaram a atenção pela sua singularidade e foram incorporadas ao projeto.
Em um extremo, dois quartos miram a Baía de Guanabara, enquanto no lado oposto outro dormitório encara de frente a magnitude do Pão de Açúcar. Portas de vidro se abrem lateralmente, revelando o horizonte sem nenhum obstáculo. Brincando com os reflexos do céu e das montanhas, o espelho d’água une virtualmente a cobertura e o mar. Mais à frente, pequenos jardins verticais ocultam a visão dos edifícios vizinhos ao mesmo tempo em que enquadram o gigantesco cartão-postal.
