neste projeto, a residência benjamin fleider, construída por oswaldo bratke – um dos mais importantes da arquitetura moderna em são paulo – em 1956, teve sua arquitetura original preservada.
manteve-se o elemento vazado da fachada, a estrutura modular, o revestimento em pastilhas e a relação de fruição entre a casa e a rua. logo na entrada, um espelho d’água faz a transição entre o interior e o exterior. a fachada frontal ganhou uma garagem para três carros em chapa metálica e teve seu volume anexado ao projeto, sem, contudo, comprometer a estrutura original da casa.
pensada para atender a todas as necessidades do casal e seus quatro filhos, os ambientes do primeiro pavimento da residência, composta por um único volume, foram integrados por meio do piso de madeira canela de demolição, mantendo o programa da planta original e abrindo-se para o amplo jardim externo, cujo paisagismo é assinado por rodrigo oliveira. no segundo pavimento, a antiga dependência de funcionários foi totalmente integrada à casa, dando lugar à suíte máster com dois banheiros e closets individuais. nos dormitórios existentes, foi inserida uma nova suíte e a antiga garagem foi transformada em um escritório.
o maior desafio solucionado pelo projeto foi a sua compatibilização com a estrutura existente da casa. para isso, foram inseridos diversos pontos de reforço na estrutura da casa, destacando-se uma grande viga invertida na suíte máster, que permite a total integração da sala de estar. além disso, para a ampliação do subsolo que abriga depósitos e a casa de máquinas, foi necessário escavar o terreno cuidadosamente, mantendo as fundações originais.
todos os revestimentos da casa foram escolhidos de acordo com suas propriedades de resistência e com a intenção de aproximarem-se ao máximo dos materiais originais. na fachada, foram trocadas todas as pastilhas, remetendo à cor usada no projeto original; além disso, as réguas de madeira maciça foram trocadas por trespa com desenho amadeirado, material extremamente resistente que não exige manutenção. o mobiliário da casa é uma mistura entre o acervo pessoal e os móveis modernos dos clientes, como os sofás, poltronas e mesas de centro de sergio rodrigues, com peças contemporâneas, como o sofá fusca, sofá pan am e as cadeiras max, todos assinados por arthur casas.