“A mata atlântica é a cara do Brasil – mais do que o mar, as praias e os biquínis, mais do que um lance de futebol, mais do que uma foto de carnaval. Para mim é ela a melhor representação da paisagem brasileira. Pelas proporções, pelas formas, pela diversidade.
Essa casa está inserida na mata e o revestimento de madeira tenta mimetizá-la na paisagem – como se isso fosse possível. A transparência, antes de qualquer valor estético, procura justificar a presença humana nesse local. A forma é simples, simétrica, fácil, contrapondo-se ao perfil entrópico, bagunçado, que a natureza ao redor proporciona”.
Arthur Casas
Na forma de dois grandes cubos simétricos acolhendo um espaço aberto, essa casa foi idealizada como a casa dos sonhos do arquiteto. “Eu sempre quis uma casa no meio da floresta, em um lugar onde eu pudesse recarregar minhas energias”, ele diz.
Dentro desse contexto, o projeto conta com espaço de sobra para abrigar uma das premissas que mais o agradam: o espaço interno em total sinergia com o externo. Nesse projeto, essa intenção é concretizada num espaço com um pé direto de 11m, com janelas de vidro contínuas, de um lado da fachada a outro.
Das paredes ao chão, a madeira cumaru está em toda parte. No piso, a ausência de divisões amplifica a integração dos ambientes, como a sala de estar que se comunica tanto com a cozinha quanto com o escritório. Tudo isso é cercado por um grande e agradável terraço. Muito próximo a ele, o deck elevado funciona como um belvedere para apreciar trechos intocados de Mata Atlântica.