Brownstone é um estilo arquitetônico presente em Nova York. Essas edificações caracterizam-se por serem geminadas, verticalizadas, situadas em terrenos longos e estreitos e com fachadas cobertas por pedras marrons. O projeto consiste na reforma de uma dessas residências, buscando respeitar o caráter histórico da arquitetura e, ao mesmo tempo, oferecendo uma solução prática, contemporânea e tecnológica de setorização do extenso programa distribuído em seis pavimentos.
Os seis andares acabaram ditando a distribuição dos cômodos, sempre bem integrados para fazer melhor proveito da incidência de luz natural, cuja entrada se dá somente pelas duas fachadas. No primeiro piso estão cozinha, escritório e jardim externo.
A cozinha com balcões e armários preto, fugiu dos tradicionais tons claros que marcam a identidade do Studio. Para contornar a atmosfera escura, painéis e marcenaria em branco trouxeram leveza para o ambiente.
O segundo andar foi dedicado às áreas sociais, reunindo sala de jantar, bar e sala de estar para as visitas. Na impossibilidade de alterar a fachada frontal devido ao tombamento, a laje do 2º pavimento foi recuada para dar espaço a uma nova e generosa janela na parede dos fundos, conectando os dois pisos.
Para garantir espaço íntimo para a família, um casal com dois filhos, quartos, playroom, academia, sala de cinema e uma área externa com lareira foram instalados nos últimos três pavimentos.
Para a decoração dos espaços, acabamentos neutros contrastam com os revestimentos escuros do exterior. No piso, a madeira carvalho nos andares superiores trouxe suavidade para os ambientes, enquanto o Limestone em tons quentes e os móveis e tecidos em tons terrosos fazem uma sutil referência às cores naturais do oriente-médio, terra natal de seus moradores. Os clientes optaram por marcenarias predominantemente fechadas, com traços limpos e com poucos objetos decorativos, prezando pelo minimalismo. O gosto pela identidade brasileira foi notado na escolha dos mobiliários, muitos deles assinado por Arthur Casas, e nas obras de arte.
O destaque do projeto ficou por conta da piscina interna, instalada no subsolo. A entrada de luz natural, garantida pela claraboia, trouxe certa dramaticidade ao ambiente, que divide o espaço com um depósito e áreas técnicas. Para completar a iluminação, sancas e luzes lineares embutidas reforçaram o design geométrico dos bancos de madeira, uma estratégia replicada por toda a residência.