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Restaurante Alma María
2010-2011

No início de 2010, um investidor espanhol contratou o Studio Arthur Casas para projetar um restaurante na Rua Oscar Freire, uma das ruas mais badaladas de São Paulo. O Studio participou da concepção da marca do restaurante, o que permitiu uma relação intrínseca entre arquitetura e gastronomia.

Uma exceção em São Paulo, a Rua Oscar Freire é uma das poucas ruas onde há intenso tráfego de pedestres. A inserção nessa parte da cidade, no bairro dos Jardins, foi essencial para o conceito do projeto: o restaurante deveria estar integrado com a rua e com o fluxo de pedestres, seu movimento deveria ser notado.


Ficha Técnica

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A calçada se estende para dentro do restaurante, que é constituído por uma série de platôs, criando um percurso espacial rico que os conecta. Um dos elementos principais é a fachada. O pórtico em concreto é fechado por 6 portas automáticas em madeira maciça cortada a laser. Elas desempenham um importante papel como divisórias – completamente abertas permitem total transparência quando o restaurante está em funcionamento, e, quando fechadas, trabalham como muxarabis espanhóis, deixando apenas um vislumbre do restaurante e criando curiosidade entre os pedestres.

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Os 4 diferentes platôs que definem o espaço têm uma diferença de 1,50m entre si. Assim, cada espaço tem uma característica única, ainda que conectados visualmente com as outras partes do restaurante.

No nível da rua, a calçada se estende para dentro do restaurante, contínuo ao terraço, o bar de tapas saúda os clientes. Um platô semienterrado funciona como um espaço mais íntimo sob o mezanino, com uma forte presença de materiais naturais como madeira e pedra. Uma cozinha só para essa área está localizada nos fundos do espaço. A adega de 8m de altura acomoda 1000 garrafas e acentua a forte conexão vertical entre os espaços. Um corredor revestido em pedra leva aos banheiros.

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Sobre essa base e 1,50m acima da rua, o mezanino está diretamente integrado com a abertura vertical do restaurante. Esse espaço central é dominado pelas prateleiras que percorrem a lateral do restaurante, com sua colorida variedade de produtos. Pode-se assistir o intenso movimentos dos funcionários através do vidro que revela a segunda cozinha. Por fim, o nível mais alto está 3m acima da rua, com um salão menor e um bar. É o espaço onde clientes podem ter tanto a sensação da rua quanto dos fundos do restaurante, vendo e sendo vistos de todas as direções.

Alma María é um projeto que foi acima de tudo concebido em corte, tentando enriquecer a experiência dos pedestres em uma cidade majoritariamente dominada por carros, gerando uma aparente complexidade espacial de maneira simples, brincando com fortes elementos horizontais e verticais.

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Croquis/Desenhos