A ideia que pautou o projeto deste edifício era trazer aos moradores a sensação de estarem em casas sobrepostas, com muito espaço interno, varandas generosas e uma comunicação intensa com a paisagem e o horizonte. Implementado em dois terrenos com restrições legais distintas, em uma rua no limite entre a agitada Vila Madalena e o residencial e arborizado alto de Pinheiros, bairros da zona oeste paulistana, o programa já previa de antemão apartamentos com tipologias próprias.
Ainda do lado de fora, o projeto busca passar a impressão de movimento e organicidade. A intenção é que a fachada se altere de acordo com a necessidade de privacidade e insolação dos diversos moradores. Os brises horizontais de madeira, desenhados pelo Studio, deslizam lateralmente e se entrelaçam, criando diversas possibilidades de layout. Já as grandes janelas de vidro, protegidas por esses brises, expõem completamente a paisagem externa, trazendo amplitude aos espaços. Abaixo da cota de 3 metros imposta pelo declive do terreno, o embasamento em pedra contrasta com a leveza e permeabilidade da madeira e do vidro, encaixando a estrutura.
O andar térreo foi elevado, abrigando, além da área de lazer, jardins, aumentando o contato com a natureza. Em uma equação para acomodar as tipologias com personalidades distintas, os cinco andares contam com oito unidades no total, que podem ir de 180 m2 aos quase 800 m2 da cobertura.