Quando fomos contratados para este projeto, herdamos a estrutura preexistente de uma obra não concluída, o que certamente nos traria um trabalho muito maior. Outra questão substancial era, por se tratar de uma adensada área urbana, a proximidade às residências vizinhas. Possivelmente, a privacidade estaria comprometida em algum momento, e as aberturas de janelas e portas também potencializariam o caos visual do perfil da rua, onde cada lote possui uma construção com tipologia diferente.
Foi a partir dessa reflexão que surgiu a ideia de envelopar a edificação, levando à escolha pelos painéis metálicos em tom de pele que revestem a fachada – uma opção tecnicamente desafiadora. A perfuração das chapas segue o desenho da estrutura das folhas e traz, de forma inesperada e surpreendentemente eficaz, o elemento vegetal para dentro da casa, através da relação luz e sombra.
Por ser um lote relativamente pequeno, tivemos de utilizar a totalidade da área construída permitida, e o programa previsto foi dividido entre os três pavimentos: térreo, superior e subsolo. Neste último, foi criado um pequeno jardim, a uma cota sensivelmente inferior ao nível da rua, proporcionando luz e ventilação naturais ao home theater, o local de maior convivência da família.